Quando foi que te vimos?
Uma pregação de Mateus 25:31-46

de Dennis Downing

Se você podia convidar Jesus para jantar na sua casa hoje, você faria?
Às vezes, recebemos pregadores de outras congregações na igreja onde congrego.
Já notei que são sempre bem recebidos.

Mas, imagine se Jesus visitava as igrejas.
Se ele chegava na sua congregação, você o convidaria para sua casa depois do culto?
Você o chamaria a jantar com a sua família?
Eu imagino que qualquer um de nós o convidaria.

No início do seu Evangelho, Mateus diz que o Messias seria chamado “Emanuel” que quer dizer? Deus conosco. (Mat 1:23)

Jesus disse aos discípulos em Mateus 18:20 “… Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.”

Jesus prometeu no final do Evangelho de Mateus “Estarei convosco, todos os dias até a consumação do século.” Mat 28:20

Jesus prometeu estar conosco.
Falamos com Jesus em oração como se ele estivesse aqui conosco.
Mas, nós não vemos ele.

Evidentemente, há pessoas que não vêem Jesus, embora estejam olhando diretamente para ele.

Mateus 25:31-46 “Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.

“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo.
Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’.

“Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber?
Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos?
Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’

“O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’.

“Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos.
Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês não me visitaram’.
“Eles também responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos?’
“Ele responderá: ‘Digo-lhes a verdade: O que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo’.
“E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna”.

Segundo Mateus, esta é basicamente a última pregação de Jesus.
São as últimas palavras da exortação final do Cristo.

É notável o que Jesus enfatizou e o que ele deixou de enfatizar.

Jesus não deu como critério do julgamento a igreja que as pessoas freqüentavam.

Ele não falou em pontos de doutrina.
Ele não falou na concepção deles da autoridade da Bíblia, do louvor autorizado, ou se eram premilenialistas, ou não.

Jesus deu um critério profundo, mas que está ao alcance de cada discípulo:
– Como você tratou seu próximo quando ele precisava de você.

Jesus desprezou a importância da sã doutrina ou das Escrituras?
– Não. Ele eliminou o batismo ou o arrependimento de pecado?
– Não.

Mas, ele deu uma alerta para todos e sobretudo para os Cristãos.
A doutrina certa na cabeça, a crença certa na hora do batismo,
A presença certa na igreja certa,
A gente pode ter tudo isso e ainda estar longe de Jesus.

Não é isso que Jesus estava dizendo às pessoas condenadas?
“Eu estava aqui, mas você não quis se aproximar.”
“Eu estava ali e você fugiu de mim.”

“Eu clamei e você fez de conta que não ouviu.”
“Eu precisava de ajuda e você deu as costas.”

Alguém escreveu:
Eu estava faminto
– e você formou um grupo para discutir a fome.
Eu fiquei preso
– e você se retirou para a capela e orou por minha libertação.
Eu estava nu
– e na sua mente você debateu a moralidade da minha aparência.
Eu estava doente
– e você se ajoelhou e agradeceu a Deus pela sua saúde.
Eu estava desabrigado
– e você pregou para mim do abrigo espiritual do amor de Deus.
Eu estava
– e você me deixou para ir orar por mim.
Você parece tão perto de Deus;
– mas, eu ainda estou com muita fome, sozinho e frio.

Há muita coisa boa e certa que nós podemos fazer, mas, que nos deixa cada vez mais distante de Jesus.

Aquilo que às vezes a gente valoriza tanto,
a doutrina certa, a prática certa,
o motivo certo, a igreja certa, etc.…
Jesus não tocou em nada disso na sua última pregação.

O que é difícil às vezes é as coisas do dia a dia.
O que a gente faz fora da reunião da igreja.
São as coisas que acontecem em casa, na rua, no trabalho que muitas vezes revelam aonde estamos e quem está reinando.

As diferenças entre os dois grupos no grande julgamento são notáveis.

Direita / esquerda
Ovelhas / bodes
benditos / malditos
Salvos / perdidos
Céu / inferno
Um grupo ministrou a Jesus
na forma das pessoas necessitadas que encontraram.
Outro grupo não ministrou, não ajudou, não visitou – ignorou.

As diferenças entre os dois grupos são enormes.

Mas, há uma coisa que ambos tinham em comum.

Ninguém dos dois grupos, tanto as ovelhas, como os bodes, tanto os salvos, como os perdidos – ninguém reconheceu Jesus nas pessoas necessitadas.

v.37 “Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber?
v. 44 “(os malditos) também responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos?’

O que chamou minha atenção nesta passagem, foi justamente o fato de ninguém reconhecer o Mestre no meio da multidão.

Ninguém viu Jesus no rosto do morador de rua, do estrangeiro, do desabrigado, do doente, do preso.

Ninguém viu Jesus.
Mas, ele estava lá.

Compreendemos que Jesus está dizendo que ele estava lá num sentido figurativo.

É como se aquela pessoa fosse Jesus. Ajudando o homem com fome, a família desabrigada, o homem preso, é como se a gente estivesse ajudando Jesus.

Ou será que é isso?

Será que o próprio Mestre não desce aqui de vez em quando e anda aqui no nosso meio só para ver se alguém o reconhece?

A coisa mais difícil é enxergar Jesus.
Ele está aqui.

Mas, nós não o vemos.

Talvez parte do problema é porque nós não estamos buscando.
Não estamos atentos para Jesus no nosso meio.

Pelo menos, não estamos atentos para vê-Lo numa pessoa suja, doente ou mendigando.

Os pobres e os excluídos, como pessoas doentes ou com deficiências não agradam a nossa vista.
Elas nos incomodam.

Por isso simplesmente deixamos de vê-las.

José Comblin descreveu a dificuldade que muitos tem de enxergar os excluídos assim: “O pobre sempre foi o outro. Hoje parece que é ainda mais “outro” – mais alheio do que nos séculos anteriores. A presente divisão social faz do pobre um ser ainda mais distante. Ele fica excluído também geograficamente – para comprovar sua rejeição, basta ver o lugar onde ele mora.

O excluído é o outro perfeito. Foi eliminado da vista. Tudo foi arquitetado para que ele não possa sequer olhar para os que contam na sociedade. Por isso o amor ao pobre começa por um movimento em direção a ele. Pode acontecer que a conversão se dê de modo imprevisto, motivada pelo olhar de algum pobre que conseguiu furar a barreira de proteção existente.

Para a conversão acontecer, após alguém deixar-se atingir pelo olhar do pobre, é necessário que ele dê o primeiro passo de ir ao encontro desse pobre. Sem esse passo não haverá libertação. Não se articula a libertação num escritório, diante de um computador. Para iniciar esse processo há necessidade de contato pessoal.”
– “O Olhar” do livro “O Caminho – Ensaio sobre o seguimento de Jesus” de José Comblin, Editora Paulus, 2004.

Você consegue ver as pessoas realmente necessitadas?
Você está atento para pessoas pobres e doentes ao seu redor?

É que Jesus está

E é onde nós vamos servi-Lo.

Você pode não convidar uma destas pessoas para jantar em sua casa.
Mas, com um quilo de arroz e feijão você pode assegurar que Jesus terá sua janta hoje.

Com um cobertor ou uma camisa e calça que você não usa mais você pode vestir o próprio Rei.

Com uma visita ao hospital você pode garantir que O Senhor se sentirá amado esta semana.

Há muitas pessoas ao nosso redor que precisam de ajuda.

Se temos olhos para ver – lá está Jesus esperando uma visita.

Não basta a gente reconhecer o que deve ser feito.
Temos que agir.
Temos que enxergar onde as pessoas necessitadas estão e ir até lá para ajudá-las.

O visitante para um hospital público viu uma voluntária tratando as feridas de um paciente com lepra. O visitante declarou “Eu não faria aquilo por mil reais”! A voluntária respondeu, “Eu também não. Mas, eu faço para Jesus por nada”.

Você gostaria de ver Jesus?
Segundo ele mesmo, você já o viu.
Ele estava sentado naquela lata debaixo do viaduto ontem à noite.
Ele estava pedindo esmola na calçada ontem à tarde.

Foi ele quem lavou o para-brisa do seu carro agora de manhã no sinal…

Ele está aqui, diante dos nossos olhos, apenas esperando para ver se vamos reconhecê-lo.

“Quando foi que te vimos, Jesus”, perguntaremos um dia.
“Ah, você me viu todos os dias…” Jesus dirá.

 

Veja também ““Será que realmente ‘Tudo posso naquele que me fortalece’?” – Uma Pregação de Filipenses 4:13”.
Venha visitar e curtir o Facebook da Hermeneutica.com.

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