Quem te chamou?

de Dorian Anderson Soutto

As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem… (João 10: 27)

Vivemos em uma época de mega-igrejas, milhares de pessoas e até milhões seguindo movimentos de diversos tipos. É como uma porta escancarada onde ao entrar as pessoas encontram o seu deus de todas as cores e sabores.

“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mateus 7 :13)

Não tem como entrar por um lugar se você já está dentro dele. Não creio que nosso Senhor Jesus estaria a dizer que a porta larga é o mundo, pois nossa posição original já é o mundo.

“E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”. (Mateus 7 : 14).

Se a porta é estreita, e apertado o caminho, não está havendo uma discrepância com a nossa realidade hoje?

O mais impressionante é o versículo que vem depois:

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”. (Mateus 7:15)

Não tem como entrar por um lugar se você já está dentro dele. Não creio que nosso Senhor Jesus estaria a dizer que a porta larga é o mundo, pois nossa posição original já é o mundo.

“E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”. (Mateus 7 : 14).

Se a porta é estreita, e apertado o caminho, não está havendo uma discrepância com a nossa realidade hoje?

O mais impressionante é o versículo que vem depois:

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”. (Mateus 7 : 15)

Jesus não manda nos acautelarmos quanto ao mundo, mas ficarmos atentos com pessoas que são iguais a nós, pois estão vestidas como ovelhas. Sendo assim não fica difícil concluir que existem igrejas, pastores e ovelhas ou todo um sistema que “parece, mas não é”.

Não podemos duvidar que Satanás pode até criar igrejas somente para aniquilar Pastores, quanto mais aniquilar ovelhas. Sempre lembrando que estamos em plena batalha numa guerra na qual não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. (Efésios 6:12)

Mas para muitos esta guerra não existe, vivem aquém dela. Assim como fazem em casa com seus controles remotos, onde escolhem a programação e sentam-se confortavelmente esperando serem servidos por algo que os agrade, o fazem também na igreja. Pertenceria esta pessoa ao Reino de Deus? Ou é somente mais alguém que entrou pela porta larga? Como saber? Jesus nos dá uma dica: “Por seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16).

Existem hoje pessoas que estão seguindo os homens e seus métodos doutrinários, mas nunca pararam para se perguntarem o que estão fazendo ou o porquê. Houve um chamado?

Quem te chamou?

– Abraão!

– Sai da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.

Precisamos buscar e compreender o elo entre Deus e nós. Que posição ocupo no corpo de Cristo, não na igreja local, mas no corpo onde Cristo é a cabeça.

Se caísse uma bomba na única igreja em sua cidade, e fosse aquela onde você congrega e tem um “cargo”, e esta bomba destruísse tudo, você ficaria perdido? A única coisa que você sabe fazer é ir à igreja e cumprir a sua tarefa e agora ela não existe mais. Você ainda conseguiria adorar ao Senhor e continuar a trabalhar com resultados para o Reino?

Se tirassem todos os instrumentos musicais da igreja, e extinguissem a equipe de louvor na qual você serve, você continuaria na mesma igreja? Conseguiria louvar a Deus mesmo assim?

Existe uma conexão entre nós e Deus que não passa por homem ou sistema algum. É uma ligação direta através da qual você poderá glorificar a Deus com sua vida, mesmo que lhe colocassem em um porta-malas de um carro e lhe levassem para um lugar onde você nunca esteve e não conhecesse ninguém. A conecção não é desfeita, você continua ligado à videira.

Eu dependo de uma música comovente ou uma mensagem desafiante para me achegar até o trono? Ou consigo fazer isto a qualquer momento, em qualquer lugar, somente na dependência do Espírito Santo de Deus?

De modo algum estou desmerecendo o papel da igreja local, mas colocando-a no seu devido lugar. A igreja não salva e não tem poder algum dentro de suas quatro paredes. O poder que vem do alto; é dado a nós e não a qualquer outra coisa ou objeto específico.

O resultado transformador em nossas vidas é que forma a verdadeira igreja.

Não podemos estar presos a rituais para nos achegarmos a Deus. Índios fazem seus rituais e bebem drogas para entrar em transe e ver seus deuses. Às vezes não somos diferentes. Em determinadas igrejas as pessoas querem trazer o Espírito Santo no laço como em um rodeio. A impressão que se tem é que ele não está em nós, mas aguardando uma oportunidade para entrar em quem for melhor no ritual.

Precisamos descobrir em que está amparada a nossa fé, se é no poder de Deus ou na sabedoria humana. Fazemos por ver os outros fazerem? Ou fazemos por se cumprir o propósito de Deus em nossas vidas através da oração e busca constante em Sua palavra?

Entender e buscar esta ligação poupa nosso trabalho e redunda em lucro para o Reino. O resultado do trabalho de nossas mãos pode produzir coisas grandiosas aos olhos do mundo. Podemos ter igrejas com obras faraônicas, com vários cultos, mas não significa necessariamente que seja a vontade de Deus, que atenda ao Seu propósito.

Podemos dedicar uma vida a música cristã, gravar CDS e fazer shows pelo Brasil e o mundo e mover multidões. Isso também não garante estar dentro da vontade de Deus.

Podemos viver uma vida piedosa aos nossos olhos, nos vestir comportadamente, sermos honestos e praticarmos boas obras, e até sermos reconhecidos por isto. Mas não significa necessariamente que somos aprovados por Deus.

“Sem mim nada podeis fazer”, diz nosso Mestre em João 15:5.

Mas na realidade fazemos muita coisa sem Jesus. Diariamente. Mas no contexto Jesus se referia aos frutos da videira. Podemos ser “bons”, mas se esta bondade não vier de Deus, não somos bons. Bom é somente Deus e a nossa ligação com Ele é que produz um fruto do espírito chamado bondade.

Por isto Cristo nos ensinou a reconhecer pelos frutos. Não podemos nos impressionar com números ou movimentos; a única forma de saber se é de Deus é através dos frutos.

Satanás pode até fingir um fruto por um tempo, mas nunca produzirá o verdadeiro fruto.

Um principio básico é que uma árvore nunca produz fruto para consumo próprio. Eles estão sempre lá na estação certa, prontos para serem colhidos. São frutos que nascem e crescem na Palavra, como cita o Salmo primeiro.

“Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará”.

Logo entenderemos que este “prosperará” é no mundo espiritual. A igreja avançará e o propósito do Senhor se cumprirá, e será da forma Dele e para Ele.

Faço um convite para observarmos não somente os frutos produzidos por outrem, mas os nossos próprios. Será que temos produzido amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio? Pelo menos um dos nove citados em Gálatas 5:22?

Por seus frutos os conhecereis…

Quero enfatizar que existe um chamado falso no mundo, um chamado à porta larga de caminho espaçoso, um chamado de homens que conduzem ao próprio.

Façamos uma analogia entre dois homens com chamados distintos.

Abraão e Ló. Gênesis 13.

Abraão foi chamado por Deus, para sair de sua parentela e ir para um lugar que Deus mostraria. Deus chama Abraão e Abraão chama Ló.

Ló tinha um chamado de Abraão e não de Deus. Podemos ver a diferença entre um e outro em seus frutos. Quando vem a crise somente os frutos verdadeiros são aprovados.

A crise chegou juntamente a Abraão e Ló.

Uma contenda entre pastores por espaço poderia ser facilmente resolvida se fosse um povo somente, mas eram dois povos; não existia uma unidade, mas dois chamados distintos.

Abraão escolhe a Fé; Ló o mundo.

Acontece com freqüência em nossas igrejas. Muitos tropeçam e retornam ao mundo. Mas esta prova serve apenas para mostrar a inclinação de tal coração. O mundo estava no coração e teria que ser alcançado de qualquer forma. O conflito foi somente a desculpa.

O homem de fé pode sempre deixar o homem natural fazer a primeira escolha, pois sabe que para onde ele for a bênção irá junto. “Sê tu uma benção!”

O homem de fé sabe que a diferença é a presença constante de Deus em sua vida.

Ló escolhe a campina.

Quão natural é a lei de “Gerson” em nosso meio, sempre querendo levar vantagem em tudo. O coração inclinado para o mundo leva-nos a valorizar as coisas do mundo.

Ló estende suas tendas até Sodoma. Distancia-se do chamado para atender o deus do século presente. Chega a se assentar às portas da cidade, um lugar de honra. Conseguiu posição de destaque entre os filhos da iniqüidade.

Hoje podemos ler em Hebreus 11, destinado aos heróis da fé: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia”. Mas não lemos em lugar algum “pela fé Ló se assentou na porta da cidade”.

Quantos em busca de posições de destaque, aclamados por homens, são desprezados pelo nosso Senhor!

Por seus frutos os conhecereis…

Que possamos refletir sobre os caminhos que temos trilhado, verificando os frutos, frutos que só se encontram no verdadeiro Caminho. Por onde tem caminhado? Como está o seu fruto?

Veja mais “Ilustrações Sobre Caráter”.


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