O Que Acontece Quando Você Morre

de Max Lucado

Alguns anos atrás eu recebi uma ligação urgente para visitar um homem que estava morrendo num hospital. Eu não conhecia Pedro muito bem, mas conhecia o suficiente para saber que ele estava pagando um alto preço por viver uma vida regressa. Anos de drogas e álcool haviam feito um estrago no organismo dele. Embora ele houvesse feito as pazes com Deus por meio de Cristo, o fígado dele estava em conflito com o resto do seu corpo.

Quando a ex esposa dele ligou, ela estava ao lado do leito dele. Pedro, ela explicou, estava batendo à porta da morte. Embora eu tenha me apressado, ele entrou segundos após a minha chegada. O ambiente do quarto do hospital tinha um clima de… acabou de acontecer. A ex ainda estava em pé ao lado do leito dele. O cabelo dele havia sido ajeitado pelo toque dela. A marca do batom dela ficou logo embaixo das juntas dos dedos da mão esquerda dele. Gotas de suor ainda estavam na testa dele.

Ela me viu entrar e olhou. Com seus olhos e palavras ela explicou, “Ele acabou de partir.”

Ele saiu silenciosamente. Saiu. Partiu. Foi-se, não embora, mas adiante. Mas, adiante para onde? E em que forma? Para onde? E como? E uma vez lá, o que foi que ele viu? Soube ou fez? Desejamos tanto saber. Quem na sua vida “acabou de partir”? Quando o respirar do seu marido cessou, o bater do coração em seu ventre parou, quando o bip do monitor da sua mãe virou um tom só, o que aconteceu no momento final?

E, o que vai acontecer quando o seu coração parar? Se Cristo não voltar antes, você também terá um momento só… um último suspiro, um batimento final. Seus pulmões irão se esvaziar e seu sangue irá parar. Já que o momento é inevitável, será que não devemos nos preparar?

Quando feita a pergunta, “O que seremos depois de morrermos?” A raça humana já levantou quatro respostas.

Nada – vamos apodrecer e/ou desintegrar. A morte é um beco sem saída. Nossas obras e reputações podem permanecer, mas nós não.
Virar fantasmas – sombras daquilo que éramos. Tão pálidos quanto a barba de Edgar Winter. Tão estruturados quanto a neblina do amanhecer. O que seremos após a morte? Espectros.
Ou águias, ou vacas, ou um mecânico em Ubatuba. A reencarnação nos premia ou nos pune de acordo com o nosso comportamento. Voltamos à terra em outro corpo mortal. Ou,
Como parte do universo. A eternidade nos absorve como uma lagoa absorve uma tempestade. Voltamos àquilo que éramos antes de sermos o que somos… voltamos à consciência cósmica do universo

De acordo com algumas pessoas, nós enterramos a alma quando enterramos o corpo como um pacote de cachorro quente, nunca mais esperando ver ou um ou outro. Outras pessoas propõem que o espírito abandona o corpo como uma borboleta abandona o casulo. Cristianismo, por outro lado, apresenta uma nova, genial e surpreendente ideia. O que você tinha antes da morte, você terá após a morte, só que melhor, bem, bem melhor. Você irá ao paraíso: o céu, mas não a sua casa. Daí, na volta de Cristo, você receberá um corpo espiritual e habitará num universo restaurado. Esta é a promessa de Deus. A promessa depende da ressurreição de Cristo. A esperança Cristã depende inteiramente no pressuposto de que Jesus Cristo morreu uma morte física, saiu de uma cova verdadeira e subiu ao céu onde ele, neste exato momento, reina como cabeça da igreja.

O milagre da Páscoa portanto, mudou tudo.

Era domingo de manhã após a crucificação na sexta-feira. O céu estava cinzento. Os discípulos haviam fugido. E o carrasco Romano estava pensando sobre seu café da manhã, ou trabalho, ou sua próxima folga. Mas ele não estava pensando no cara que ele havia pregado numa cruz e perfurado com uma lança. Jesus estava morto e enterrado. Notícias de ontem, certo?

Errado. Deus sacudiu as coisas.

Houve um terremoto violento, pois um anjo do Senhor desceu do céu e, indo ao túmulo, retirou a pedra e sentou-se em cima dela. A aparência dele era como de um raio, e suas vestes eram tão brancas quanto a neve. Os guardas ficaram tão amedrontados com ele. que tremeram e ficaram como defuntos.

O anjo disse às mulheres “Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Venham ver o lugar onde ele jazia.” (Mateus 28:5-6 NVI)

Se tais palavras nunca tivessem sido ditas, se o corpo de Jesus houvesse decomposto em pó dentro do túmulo emprestado, você não estaria lendo esta reflexão e nós não estaríamos analisando esta promessa. Mas as palavras foram ditas e a promessa foi feita mais de uma vez.

Jesus apareceu às mulheres perto do túmulo e ao seguidores no quarto de cima. Ele apareceu aos discípulos no caminho de Emaús e aos seus amigos no litoral da Galileia. Ele falou com eles. Ele comeu com eles. Eles tocaram o corpo de Jesus e ouviram suas palavras. Eles foram persuadidos de que Jesus havia ressuscitado da morte.

E eles tiraram esta conclusão. A ressureição dele é a prova e a promessa da nossa. O que Deus fez por ele, ele fará para nós. Quando ele ressuscitou dos mortos, Jesus foi “as primícias” (1 Coríntios 15:20,23). “Primícias” é a primeira parte da safra. O fazendeiro pode antecipar a natureza da safra ao experimentar as primícias. Nós podemos antecipar a nossa ressurreição confiando no túmulo vazio de Cristo.

Eis o que vai acontecer com você.

Na sua morte, seu espírito vai imediatamente entrar na presença de Deus. Você gozará de comunhão consciente com o Pai e com aqueles que já se foram antes. Acreditamos que isso é verdade por causa de versículos como estes do Apóstolo Paulo:

“Caso continue vivendo no corpo, terei fruto do meu trabalho. E já não sei o que escolher! Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor.” (Filipenses 1:21-23 NVI)

Paulo acreditou que seu último suspiro na terra seria seguido pela sua primeira vista de Cristo no paraíso. O mesmo é verdade para você. Diga adeus aos amados. Diga alô a Deus. Daí você desfrutará de comunhão com Deus e seus amados até o dia quando Cristo voltar. “…os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus… todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão…” (João 5:25, 28-29). Aquele que nos criou nos juntará. “‘Aquele que dispersou Israel o reunirá.” (Jeremias 31:10)

Eu já fiquei em pé em cemitérios e tentei imaginar este momento. A estrada na qual eu e Denalyn fazemos nossas caminhadas passa ao lado de um pequeno cemitério do interior. As lápides estão deterioradas. Ninguém tem cuidado da terra há mais de um século. Os poucos nomes que dá para ler compartilham do mesmo sobrenome. Eu presumo que uma família está enterrada lá. Parece ser um dos milhares de cemitérios ao redor do planeta. No entanto, se estas palavras são verdadeiras, a família irá um dia testemunhar um milagre além das palavras. O mesmo Deus que sacudiu o solo de Jerusalém vai sacudir o solo daquele simples cemitério. A grama será empurrada para trás de baixo. Os caixões irão abrir e os corpos desses fazendeiros esquecidos serão chamados ao céu.

Espíritos serão reunidos com corpos, corpos glorificados.

O Jesus ressurreto é o nosso exemplo. O corpo ressurreto dele era semelhante ao que foi crucificado, mas apenas semelhante. Os discípulos de Jesus, que viveram com ele durante três anos, nem o reconheceram no começo. Maria Madalena (João 20:11-18), o discípulos de Emaús (Lucas 24:13-35), e os doze (João 21:1-7), viram Jesus, mas não o reconheceram como Jesus. Ele fez coisas corriqueiras como andar e comer. Ele fez coisas que havia feito, mas apareceu numa forma diferente.

Se eu fosse olhar fotos de você como criança, eu experimentaria o mesmo fenômeno. Talvez, ao olhar com cuidado eu veria um traço comum: o formato da sua boca ou ângulo dos seus olhos. Mas, encontrar traços comuns requer foco. Você mudou!

Mas, muito menos do que você ainda mudará; seu novo corpo será muito melhor. “…quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é” (1 João 3:2).

“Seremos semelhantes a ele.” Que os amputados e infeccionados, os acamados e os enfermos vão dormir com esta promessa: “Seremos semelhantes a ele.” Que aqueles que estão presos a uma cadeira de rodas e os atrofiados segurem esta promessa em seu coração. “Seremos semelhantes a ele.” Nós passaremos desta versão para a semelhança dele. Nós vamos gozar de um corpo, como o dele – feito para o céu e a terra.

Que esta promessa para amanhã traga força para hoje. Alguns de vocês habitam em corpos tão cansados desta caminhada; joelhos dolorosos, olhos cansados, pele decaída. Outros saíram do ventre para enfrentar a ladeira acima. Embora eu não tenha respostas fáceis para sua luta, eu lhe convido… aliás, eu lhe imploro, a fincar seu pé comigo na promessa de Paulo.

Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno. (2 Coríntios 4:16-18 NVI)

Não perca de Max Lucado “Cristo Redentor”.
Veja também “Uma Luz na Caverna”.


Copyright © 2016 Max Lucado. Todos os direitos reservados.
Tradução por Dennis Downing
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