Pecado, Arrependimento e a Graça de Deus

de Dennis Downing

** Conhece aquele aviso Anti-pirataria no começo dos DVDs?
(Fundo musical com rock pesado)
Cena de ladrão de carro: “Você não roubaria um carro”
Cena de homem furtando bolsa: “Você não roubaria uma bolsa”
Cena de pessoa pegando celular: “Você não roubaria um celular”
Cena de pessoa furtando DVD: “Você não roubaria um DVD”
Cena de camelô vendendo filme pirata: “Pirataria é roubo – Pirataria é crime”

O ponto da propaganda anti-pirataria é que muitas pessoas fazem coisas como comprar aqueles DVD’s “genéricos” de camelô, e não entendem que é crime. No entanto é. O mesmo acontece com várias outras coisas na vida que fazemos ou praticamos e que são uma forma de pecar ou brincar com o pecado.

** Mateus George tinha uma cobra de estimação, uma cascavel.
Ele achou a cobra quando ela era ainda pequena e passou a criá-la.
Por incrível que pareça, Mateus passou alguns meses criando a cobra sem ser mordido.
Ainda mais incrível, Mateus tinha o curioso hábito de dar um beijo na boca da cobra, e ela o deixava.

Até aquele dia fatal.
Sem que Mateus esperasse, quando foi dar aquele beijinho carinhoso em sua cobra de estimação, de repente, ela enfiou seus dois dentes no lábio inferior da boca de Mateus e descarregou todo seu veneno.

Graças a Deus, Mateus morava perto de uma unidade de resgate móvel.
Ele foi levado às pressas para o hospital e conseguiram salvar sua vida.
Mas, foi por pouco.

O perigo maior para Mateus não foi ter um animal de estimação perigoso.
O perigo maior foi pensar que ele podia brincar com esse animal perigoso e não sofrer as consequências.

Muitos Cristãos pensam a mesma coisa.
Muitos Cristãos pensam que podem brincar com pecado.

Como é que brincamos com pecado?

Um estudante se vê diante de uma questão numa prova na qual ele precisa passar para não ser reprovado.
Quando olha para o lado, vê a resposta claramente na prova do colega.
Quando ele assina e entrega sua prova, ele está dando a impressão de que todo o trabalho foi dele.
Mas, na verdade, ele está mentindo. Mentira é pecado.

Um empregado começa a se acostumar a levar para casa objetos da empresa onde trabalha: uma caneta, um caderno, depois um grampeador.
Seu chefe o paga mal, e não reconhece as horas extras que ele trabalha.
Então, nada mais “justo” do que ele tirar a recompensa em produtos que estão “sobrando” na empresa. O irmão se vê apenas corrigindo a injustiça que sofre. Mas, o furto ainda é pecado.

Um outro irmão vive em conflitos com a esposa.
Problemas com finanças e na criação dos filhos tornam sua vida em casa um conflito constante.
No seu trabalho tem uma jovem que valoriza muito sua dedicação e talento.
Ele passa a paquerar ela.
De vez em quando ele tem fantasias de como seria se a esposa dele morresse e ele estivesse livre para casar com aquela jovem.
Ele nunca a chamou para um motel, nem jamais tocou no corpo dela.
Mas, segundo Jesus em Mateus 5:28, ele já está cometendo adultério.

A irmã não perde um capítulo da novela das nove.
Ela não comete adultério, ela não mente, nem pronuncia palavrão. Ela não rouba, nem furta.
Mas, ela está assistindo e sendo entretida, e muitas vezes torcendo por pessoas que cometem estes pecados todas as noites.

Sim, a trama é conduzida de tal forma que o herói da história tem uma esposa insuportável, um chefe que é um carrasco, e/ou um “amigo” que vai montar uma terrível armadilha para ele.

Mas, nada disso justifica o adultério, o golpe contra o chefe, a vingança contra o amigo/inimigo.
Pecado é pecado. Entretanto, muitas vezes no “entretenimento” que escolhemos, acabamos torcendo por pessoas que cometem vários pecados, e ficamos “do lado” delas porque elas sofreram, foram injustiçados ou tiveram uma vida difícil.
Isso justifica o pecado?

O que foi que Paulo disse “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha.Efésios 5:11-12

Muitos Cristãos têm se habituado a brincar com o pecado.

Como o homem que tinha como animal de estimação uma cobra venenosa,
homens e mulheres se acostumam a se aproximar,
a se envolver,
a se divertir com coisas que,
como Paulo disse “o só referir é vergonha.”

Há dois problemas.

1. Nossa concepção de pecado está se tornando cada vez mais restrita.

*** No filme “Os Suspeitos” de 1995, um homem tímido e aleijado é interrogado por um investigador policial que insiste em saber detalhes de um crime. Pressionado, e aparentemente intimidado pelo detetive, o aleijado conta uma história complicada envolvendo cinco criminosos que, após um assalto, acabam todos mortos, só sobrando ele.

O aleijado, Verbal Kint, fala de um lendário criminoso chamado Kaiser Soze, um homem inacreditavelmente maléfico, que supostamente matou todos os outros. Mas, dá a entender que é apenas uma lenda.

No contar da história o aleijado diz que “o maior truque do Diabo foi fazer todo mundo acreditar que ele não existia”.

No final do filme, ao soltá-lo, o detetive descobre, tarde demais, que o lendário criminoso existe sim, e que era o próprio aleijado, o contador da história, que o havia enganado com uma série de mentiras.

Satanás tem convencido muitas pessoas de que
aquela espiadinha na Internet,
aquela fofoquinha com a colega,
aquela mentirinha,
aquele ciúme não são realmente pecados letais.

É “pecadinho”, coisinha insignificante que Deus nem vai considerar.
Esqueça, não se preocupe. Isso não é pecado!
Ou seja, o pecado só existe nas coisas terríveis que os “outros” fazem.
Mas, para “nós” o pecado não existe.

E assim o inimigo nos engana mais uma vez, e nos leva suavemente, gentilmente, um passo mais adiante na nossa cega descida até a porta do inferno; e uma vez passarmos por ela, não teremos mais como fugir.

Deixamos cobiça, ira, amargura, ou inveja tomar um lugar em nossos corações.

Cometemos maledicência, difamação e murmurações.
E não achamos nada demais.
Como? Porque o que contamos é tudo verdade. Porque outros precisam saber.
Porque sentimos tão injustiçados por aquela pessoa, e assim vai…

Começamos a brincar com esses pecados.
E não nos arrependemos.
E esquecemos que todo pecado mata.

Daqui a pouco, o mal está instalado.
Daqui a pouco você não acha nada demais.

Até aquele dia quando vier a mordida.

*** A cobra de Mateus era novinha, pequenina.
Ela não parecia perigosa.
Ele passou alguns meses com ela, sem que ela fizesse qualquer coisa que o deixasse preocupado.

Um especialista alertou que, embora tenha demorado a acontecer, fatalmente, mais cedo ou mais tarde a cobra iria morder.

Por quê?
Porque é da natureza da cobra morder.
É assim que ela sobrevive.

É da natureza de uma cobra morder.

É da natureza do pecado matar.
O salário do pecado é ________? A morte!

É sua natureza.
É sua finalidade.
E já fomos avisados.

Você pode brincar com seu pecado de estimação.
Você pode se divertir, não achar nada demais.
Você pode se defender pensando que não está machucando ninguém em seu pecado.
Pode dizer que é “só de vez em quando”.
Pode raciocinar que é um pecado “pequeno”.

Mas, um dia seu pecado vai morder.
E sua mordida é fatal.

2. A outra parte do problema com o pecado é nossa concepção de Jesus.

Jesus é amor.
Jesus veio buscar e salvar os perdidos.
Jesus tocou em leprosos, curou aleijados e cegos, ressuscitou mortos e salvou homens e mulheres no meio dos seus pecados.
Jesus escolheu se associar a “pecadores”, andou no meio deles, jantou com eles, conviveu com eles.

Às vezes penso que ficamos tão encantados com o perdão de Jesus e a graça de Deus, que esquecemos que o perdão e a graça tiveram um preço.

O preço foi muito alto.
Foi a vida do Filho de Deus.

Jesus é amor.
Jesus é paz.
Jesus é perdão e salvação.

Mas, Jesus é o sacrifício doloroso e chocante pelos nossos pecados – grandes e pequenos.

O mesmo Jesus que falou do céu e da vida eterna
falou também do inferno e da condenação eterna.

O mesmo Jesus que segurou crianças e repreendeu seus discípulso quando queriam afastá-las – também avisou às mães que chorariam a perda de seus filhos e alertou que viria o dia em que elas se arrependeriam de terem dado à luz.

O mesmo Jesus que podia chamar um cobrador de impostos de amigo chamou um dos seus discípulos mais próximos de “Satanás”.

Jesus chamou seus seguidores de néscios, questionou sua dificuldade em entender e sua falta de fé. O Príncipe da Paz disse que ele não veio trazer paz,
mas, o quê? Uma espada!

Por causa de Jesus os inimigos do homem serão?
– Os da sua própria casa.

Jesus disse para amar os inimigos.
Mas, ele mesmo entrou no templo e com uma corda expulsou os cambistas.

Ele mesmo chamou os líderes religiosos de:
“serpentes”, “raça de víboras” e “hipócritas”.

Sim, Jesus fez tudo isso.
Por quê?
Por causa do pecado.

Porque o pecado tem seus efeitos.
O pecado tem seu preço.

O pecado tem sua mordida – e ela é fatal.

Se você duvidar quanto à lição sobre a fatalidade de pecado, todo pecado, qualquer pecado, leia 1 Coríntios 10:1-13.

E na próxima vez que você pensar em defender ou desculpar um “pecadinho” em sua vida, imaginando que Deus faz distinção entre pecado que mata e pecado que não mata, leia Lucas 13:1-5.

Naquela ocasião, alguns dos que estavam presentes contaram a Jesus que Pilatos misturara o sangue de alguns galileus com os sacrifícios deles.

Jesus respondeu: “Vocês pensam que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros, por terem sofrido dessa maneira? Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.

Ou vocês pensam que aqueles dezoito que morreram, quando caiu sobre eles a torre de Siloé, eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão”.

Ao comparar a morte vergonhosa e chocante de alguns homens naqueles dias em que vivia, Jesus deixou claro que todos que não se arrependem de seus pecados, sejam pecados grandes ou “pequenos”, igualmente perecerão.

Todo pecado não arrependido condenará.
Todo pecado mata.

E quando verdadeiramente compreendermos o quanto custou a Jesus nos proporcionar o perdão de todos os nossos pecados, grandes e pequenos, teremos a vergonha deles, e a motivação para mudar, desde já em gratidão pelo que Ele fez.

Que o nome de Jesus seja honrado em nossas vidas, nas coisas grandes e pequenas, naquilo que se vê e que só Deus vê. E que Jesus tenha o prazer de pronunciar nossos nomes naquele dia, nos defendendo diante do acusador, porque o sangue dEle valeu para nos lavar e purificar.

Louvado seja o nome de nosso Senhor e Salvador Jesus, o Cristo.

Veja também Vitória Sobre Tentação e Vivendo Com Poder.


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